Sabemos que quando um núcleo sofre fissão, ele se divide em dois fragmentos e vários nêutrons. Se cada um desses nêutrons for capturado por um outro núcleo físsil, o processo continua e o resultado é uma reação em cadeia de reações, na qual a fissão súbita de muitos núcleos e a liberação resultante de muitos núcleos e a liberação resultante de enorme quantidade de energia produzem uma explosão nuclear. Na bomba atômica (nome não muito descritivo) uma certa quantidade de massa crítica, de nuclídeos físseis é repentinamente acionada pelo mecanismo da bomba e resulta na explosão nuclear. Se a massa for menor que a massa crítica, muitos nêutrons se perderão e a reação em cadeia não se sustentará. Uma maneira de disparar a bomba consiste em usar uma explosão química para ativar duas massas subcríticas separadas, contendo material físsil em ambas, e assim a massa crítica poderá ser atingida. Urânio 235 e plutônio 239 foram ambos usados em armas nucleares. O plutônio 239 é produzido pelo bombardeio de urânio 238, o isótopo mais comum do urânio, com nêutrons. O urânio 239 se desintegra em neptúnio 239 que se desintegra em plutônio 239.
Em um reator nuclear, somente um dos nêutrons emitidos quando o núcleo sofre fissão é capturado por outro núcleo físsil. Dessa maneira a reação é mantida sob controle. A fissão continua, mas a uma velocidade mais baixa do que a de uma bomba. O reator é mantido sob controle ajustando a posição de absorção de nêutrons nas barras de controle que são inseridas entre os elementos combustíveis nucleares do reator. Essas barras são geralmente feitas de cádmio ou boro, dois elementos altamente eficientes na absorção de nêutrons. A figura mostra um esquema de um reator nuclear. O reator serve apenas como fonte de calor para ferver a água. Então, numa máquina de energia convencional, o vapor aciona uma turbina geradora que produz eletricidade.
A Bomba Atômica
A bomba atômica é uma aplicação bélica da fissão nuclear que utiliza a imensa quantidade de energia e radiação liberadas numa reação de fissão em cadeia para causar destruição.Podemos descrever esta ação por etapas:
1-) O início da explosão de uma bomba atômica corresponde ao início da reação em cadeia que ocorre em pleno ar. Ao ser detonada atinge temperaturas da ordem de milhões de graus Celsius.Fissão nuclear
2-) Após 10/4 segundos, a massa gasosa em que se transformou a bomba emite elevadas quantidades de raio X e raios ultravioletas, podendo destruir a retina e cegar pessoas que olharem diretamente.
3-) Entre 10/4 e 6 segundos, a radiação já foi totalmente absorvida pelo ar ao redor, que se transforma numa enorme bola de fogo cuja expansão provoca a destruição de todos os materiais inflamáveis num raio médio de 1 km, assim como queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
4-) Após 6 segundos, a esfera de fogo atinge o solo iniciando uma onda de choques e devastação que se propaga através de um deslocamento de ar comparável a um furacão com ventos de 200 a 400 km/h.
5-) Após 2 minutos a esfera de fogo já se transformou completamente num cogumelo que atinge a estratosfera. As partículas radioativas se espalham pela atmosfera levadas pelos ventos fortes e acabam se precipitando em diversos pontos da Terra durante muitos anos.
A palavra fissão significa partição, quebra, divisão. Fissão nuclear é a quebra de um núcleo atômico pesado e instável através de bombardeamento desse núcleo com nêutrons moderados, originando dois núcleos atômicos médios, mais 2 ou 3 nêutrons e uma quantidade de energia enorme.
Enrico Fermi, em 1934, bombardeando núcleos com nêutrons de velocidade moderada, observou que os núcleos bombardeados capturavam os nêutrons. Pouco tempo depois, após o bombardeamento de urânio com nêutrons moderados, a equipe do cientista alemão Otto Hahn constatou a presença de átomos de bário, vindo a concluir que, após o bombardeio, núcleos instáveis de urânio, partiam-se praticamente ao meio. Como os nêutrons não possuem carga elétrica, não sofrem desvio de sua trajetória, devido ao campo elétromagnético do átomo. Estando muito acelerado, atravessariam completamente o átomo; estando a uma velocidade muito lenta, seriam rebatidos; mas com velocidade moderada, ficam retidos, e o novo núcleo formado, instável, sofre desintegração posterior com emissão de partículas beta. Somente alguns átomos são capazes de sofrer fissão, entre eles o urânio-235 e o plutônio.
A enorme quantidade de energia produzida numa fissão nuclear provém da transformação da matéria em energia. Na fissão nuclear há uma significativa perda de massa, isto é, a massa dos produtos é menor que a massa dos reagentes. Tal possibilidade está expressa na famosa equação de Einstein: E=mc2, onde E é energia, m massa e c a velocidade da luz no vácuo. No processo de fissão, cerca de 87,5% da energia liberada aparece na forma de energia cinética dos produtos da fissão e cerca de 12,5% como energia elétromagnética.
Reação em Cadeia e Massa Crítica Esse bombardeamento do núcleo de um átomo com um nêutron causa a fissão do núcleo desse átomo e a liberação de 2 ou 3 novos nêutrons. Esse nêutrons podem provocar a fissão de 2 ou 3 átomos que irão liberar outros nêutrons.
A reação em cadeia só ocorre acima de determinada massa de urânio. A mesma ocorre com velocidade máxima quando a amostra do material físsil é grande suficiente para a maioria dos nêutrons emitidos ser capturada por outros núcleos. Portanto, a reação em cadeia se mantém, se a massa do material é superior a um certo valor característico chamado massa crítica. Para o urânio-235 a massa crítica é de aproximadamente 3,25 kg.
Alguns elementos químicos, como o boro, na forma de ácido bórico ou de metal, e o cádmio, em barras metálicas, têm a propriedade de absorver nêutrons, porque seus núcleos podem conter ainda um número de nêutrons superior ao existente em seu estado natural, resultando na formação de isótopos de boro e de cádmio.
A bomba de hidrogênio é uma aplicação bélica da fusào nuclear que visa causar destruição com base na colossal energia e no grande fluxo de nêutrons liberados nas reação de fusão.
Para que ocorra a fusão nuclear é usada, antes, uma bomba de fissão, para que a energia necessária seja atingida. Nunca uma bomba H foi usada numa guerra, mas em testes nucleares a maior bomba de todos os tempos foi a MONSTER BOMB, detonada pela Rússia, lançada de avião, que alcançou 57 MEGATONS.
A palavra fusão significa junção, união, incorporação. Fusão nuclear é a junção de dois ou mais núcleos atômicos leves originando um único núcleo atômico e a liberação de uma quantidade colossal de energia. Quanto maior a energia de ligação dos núcleos de um átomo, mais estável será o seu núcleo. A fusão de núcleos leves como o hidrogênio, o deutério ou o trítio, produzindo um núcleo de hélio, equivale a um aumento na energia de ligação (empacotamento) dos núcleos e, portanto, a uma maior estabilidade.
Essa maior estabilidade é conseguida à custa de uma perda de massa que é liberada do núcleo na forma de energia:
E=mc2
As reações de fusão constituem a fonte de energia das maiores usinas do universo: as estrelas. Embora uma estrela seja inicialmente apenas uma nuvem de hidrogênio, a contração, causada pela sua própria atração gravitacional, aumenta sua pressão, densidade e temperatura. Os choques entre átomos aumentam em número e violência, até que eles passem a liberar seus elétrons. A massa de núcleos e elétrons assim produzida é conhecida como plasma. Este é o quarto estado da matéria, sendo os outros três o sólido, o líquido e o gasoso. É no plasma que se realizam as reações de fusão.Radiação
O esquecimento de uma rocha de urânio sobre um filme fotográfico virgem levou à descoberta de um fenômeno interessante: o filme foi velado (marcado) por alguma coisa que saía da rocha, na época denominada raios ou radiações.Outros elementos pesados, com massas próximas à do urânio, como o rádio e o polônio, também tinham a mesma propriedade.
O fenômeno foi denominado radioatividade e os elementos que apresentavam essa propriedade foram chamados de elementos radioativos.
Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de partículas ou de carga, tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas.
Radiação alfa ou raio alfa
Um dos processos de estabilização de um núcleo com excesso de energia é o da emissão de um grupo de partículas positivas, constituídas por dois prótons e dois nêutrons, e da energia a elas associada. São as radiações alfa ou partículas alfa, núcleos de hélio (He), um gás chamado nobre por não reagir quimicamente com os de mais elementos.
Radiação beta ou raio beta
Outra forma de estabilização, quando existe no núcleo um excesso de nêutrons em relação a prótons, é através da emissão de uma partícula negativa, um elétron, resultante da conversão de um nêutron em um próton. É a partícula beta negativa ou, simplesmente, partícula beta.
No caso de existir excesso de cargas positivas (prótons), é emitida uma partícula beta positiva, chamada pósitron, resultante da conversão de um próton em um nêutron.
Portanto, a radiação beta é constituída de partículas emitidas por um núcleo, quando da transformação de nêutrons em prótons (partículas beta) ou de prótons em nêutrons (pósitrons).
Radiação gama
geralmente, após a emissão de uma partícula alfa (a) ou beta (ß), o n?cleo resultante desse processo, ainda com excesso de energia ,procura estabilizar-se, emitindo esse excesso em forma de onda eletromagnética, da mesma natureza da luz, denominada radiação gama.
Reações nucleares
A emissão natural de uma partícula alfa ou beta transforma um determinado núcleo em novo núcleo com número diferente de prótons. Assim , cada uma dessas desintegrações radioativas representa a transmutação de um elemento em outro. Transmutação também pode ser efetuada artificialmente. (O sonho dos antigos alquimistas foi realizado.)
Transmutação
Em 1919, Rutherford bombardeou nitrogênio 14 com partículas alfa obtidas da desintegração radioativa do rádio.
Os nuclídeos produzidos eram de oxigênio 17, segundo a equação abaixo, que foi a primeira transmutação artificial com sucesso:
14N + 4He Ô [ 18 F] Ô 17O + 1 H
O intermediário altamente instável, um estado excitado do flúor 18, é algumas vezes chamado de núcleo composto. Sua meia-vida é menos 10-12 s e sua desintegração por emissão de um próton da origem ao oxigênio 17 estável.Em muitos casos, o produto de uma reação de bombardeio nuclear é instável e produz subsequente desintegração radioativa. Por exemplo, quando o núcleo de cobalto 59 é bombardeado com um nêutron de alta energia, é formado cobalto 60 que é pouco estável, sendo esse transformado em manganês 56 mais He. Porém, o manganês 56 produzido não é estável, desintegrando-se com uma meia-vida de 2,6 h e formando-se o ferro 56, que é estável.
Esse é um exemplo de radioatividade induzida ou artificial.
A radioatividade induzida ilustra várias maneiras de desintegração que não são encontradas na radioatividade natural. Uma dessas é emissão de nêutrons, como pode ser ilustrada em um dos modos de desintegração do bromo 87 passando a bromo 86.
Outra forma de desintegração muito comum é a beta-positiva(ß?), também conhecida como emissão de pósitrons. Partículas beta são mais propriamente chamadas beta negativas (ß?) para distingui-las das partículas ß?, que são pósitrons. Um pósitron é uma partícula que tem a massa de um elétron, mas com uma carga positiva.
A radioatividade induzida e a transmutação artificial são possíveis por causa do desenvolvimento de aceleradores de partículas de alta energia como o cíclotron, o síncrotron e o acelerador linear.
Os elementos transurânicos, aqueles que seguem o urânio na tabela periódica, foram preparados por técnicas de bombardeio. Por exemplo, o neptúnio (Z=93) foi sintetizado pelo bombardeio de núcleos de urânio 238 com dêuterons, núcleos de hidrogênio 2.
Os átomos de números atômicos mais altos foram preparados por bombardeio, usando partículas relativamente massiva como as de B, C e N. o unnilpentium (Unp, Z= 105), por exemplo, foi sintetizado pelo bombardeio do califórnio 249 com núcleos de nitrogênio 15.
Estabilidade nuclear
Com exceção do hidrogênio, todos os núcleos estáveis contêm pelo menos um nêutron. Segundo, à medida que o número de prótons do núcleo aumenta, o número de nêutrons por próton aumenta nos núcleos estáveis. Aparentemente, os nêutrons são necessários para impedir uma autodestruição do núcleo como resultado da repulsão próton-próton, e quanto maior o número de prótons que está presente no núcleo, tanto maior deverá ser a relação nêutron/próton para que o núcleo seja estável. Terceiro, quando há mais de 83 prótons num núcleo, nenhum número de nêutrons o estabilizará. Na tabela periódica, o bismuto (Z=83) é o último elemento que tem isótopo estável.
Armas nucleares
1.INTRODUÇÃOArmas nucleares, dispositivos explosivos, utilizados principalmente por militares, que liberam energia nuclear em grande escala. A primeira bomba atômica (ou bomba A) foi testada em 16 de julho de 1945 perto de Alamogordo, Novo México. Tratava-se de um tipo inteiramente novo de explosivo que obtinha sua potência da ruptura ou fissão dos núcleos atômicos de vários quilos de plutônio. Uma esfera do tamanho de uma bola de beisebol produziu uma explosão equivalente a 20 mil toneladas de trinitrotolueno (TNT), aproximadamente a mesma energia liberada pela bomba lançada pelos Estados Unidos sobre Hiroshima, em 1945.
Em 1905, Albert Einstein publicou a teoria da relatividade. De acordo com ela, a relação entre massa e energia é dada pela equação E = mc2: uma pequena quantidade de matéria equivale a uma grande quantidade de energia. Mais tarde, em 1939, a física austríaca Lise Meitner e seu sobrinho, o físico britânico Otto Frisch, explicaram a reação da fissão nuclear, descoberta pelo físico alemão Otto Hahn com a ajuda de Meitner. A fissão possibilita a liberação da energia nuclear.
A quantidade mínima de material físsil, com uma forma dada, necessária para manter a reação em cadeia, é chamada de massa crítica. Para se ter a bomba atômica, é preciso unir, e colocar em contato, uma massa de material físsil maior que a massa crítica, durante um milionésimo de segundo antes da explosão. As armas nucleares também podem utilizar a energia liberada na fusão dos elementos mais leves, como o hidrogênio. Por essa razão, a bomba de fusão nuclear é chamada também de bomba de hidrogênio, ou bomba H. A energia que libera 0,5 kg de um isótopo de hidrogênio é equivalente a 29 quilotons de TNT, ou seja, três vezes mais que a mesma quantidade de urânio. A fusão só se produz em temperaturas de vários milhões de graus e a velocidade do processo de fusão aumenta conforme a temperatura. Essas reações são chamadas, por isso, reações termonucleares (induzidas pelo calor).
No dia primeiro de março de 1954, os Estados Unidos fizeram explodir uma bomba de fusão com uma potência de 15 megatons. Isso provocou uma bola de fogo de mais de 4,8 km de diâmetro e uma enorme nuvem em forma de cogumelo, que se elevou com muita rapidez até a estratosfera. Essa bomba era uma arma de três fases. A primeira era uma bomba A, que atuava como detonador. A segunda era uma bomba H, resultante da fusão de deutério e trítio em seu interior. Ao detonar, formavam-se átomos de hélio e nêutrons de alta energia. A terceira fase se iniciava com o impacto desses nêutrons com a superfície externa da bomba, feita de urânio natural (também chamado de urânio 238).
Assim como acontece com as explosões de armas convencionais, a maior parte dos danos causados por uma explosão nuclear vem dos efeitos da onda de expansão. Os danos são produzidos tanto pelo grande volume (ou sobrepressão) de ar que antecede a onda, como pelos ventos, tão fortes que continuam depois de sua passagem. O raio de devastação aumenta conforme a potência da bomba e proporcionalmente a sua raiz cúbica.
2.EFEITOS TÉRMICOS
As temperaturas altíssimas alcançadas por uma explosão nuclear se devem à formação de uma massa de gás incandescente muito quente, chamada bola de fogo. Numa bomba de 10 quilotons detonada no ar, forma-se uma bola de fogo com 300 m de diâmetro. A bola de fogo de uma bomba de 10 megatons ocupa 4,8 quilômetros. A radiação térmica provoca queimaduras na pele e incêndios em materiais inflamáveis secos, como papel e alguns tecidos.
3.RADIOATIVIDADE
Existem dois tipos de radiação nuclear provocadas por uma explosão: a radiação instantânea e a radiação residual. A radiação instantânea consiste na propagação de nêutrons e raios gama numa zona de vários quilômetros quadrados. Os efeitos dos raios gama são idênticos aos dos raios X. A radiação residual pode ser um perigo em zonas afastadas, que nem tenham sofrido qualquer dos outros efeitos da explosão. Os produtos da fissão geram nos restos da bomba uma radioatividade permanente, que pode ser medida por dias, meses ou anos.
4.EFEITOS CLIMÁTICOS
Além dos danos causados pela onda de expansão e pela radiação, uma guerra nuclear em grande escala teria, quase com certeza, um efeito catastrófico sobre o clima mundial, o que poderia significar o fim da civilização humana.
Energia Nuclear
O que é?A energia nuclear provém da fissão nuclear do urânio, do plutônio ou do tório ou da fusão nuclear do hidrogênio. Atualmente utiliza-se quase somente o urânio. O fator básico é que da fissão de um átomo de urânio são produzidos 10 milhões de vezes a energia produzida pela combustão de um átomo de carbono do carvão ou do petróleo.
História
Em apenas 30 anos, a energia nuclear aumentou a sua participação na produção total de energia elétrica partindo de um valor extremamente pequeno, 0.1%, para um valor substancial de 17%. Para se dar a perspectiva deste desenvolvimento importante a energia hidrelétrica cuja tecnologia vem sendo empregada há cerca de um século na participação do balanço elétrico mundial com cerca de 18%, e as perspectivas de um aumento deste valor são limitadas a nível mundial.
A Energia Nuclear no Brasil
A energia nuclear é uma das formas de se obter energia elétrica em larga escala. Com o esgotamento dos recursos hídricos próximos aos principais centros consumidores, com as dificuldades para o licenciamento ambiental dos aproveitamentos hídricos remanescentes, e o constante crescimento da demanda de energia, a participação da energia nuclear na produção de energia elétrica é fundamental na medida em que contribui para a melhoria na qualidade de vida da população e para o desenvolvimento econômico do país. O Brasil possui a 6ª maior reserva mundial de urânio, assegurando uma excelente reserva e a garantia do suprimento de combustível.
Radioatividade
Radioatividade é a desintegração espontânea de núcleos atômicos mediante a emissão de partículas subatômicas chamadas partículas alfa e partículas beta e de radiações eletromagnéticas denominadas raios X e raios gama. O fenômeno foi descoberto em 1896 por Antoine Henri Becquerel. Logo reconheceu-se que a radioatividade era uma fonte de energia mais potente que nenhuma outra até então usada. Os Curie mediram o calor associado à desintegração do rádio e estabeleceram que 1 grama de rádio desprende aproximadamente 420 joules (100 calorias) a cada hora.
Ernest Rutherford descobriu que as emissões radioativas contêm ao menos dois componentes: partículas alfa, que só penetram alguns milésimos de centímetro no alumínio, e partículas beta, que são quase 100 vezes mais penetrantes. Mais tarde, concluiu-se que existia mais um componente, os raios gama, muito mais penetrantes que as partículas beta.
As partículas alfa são íons de hélio com carga dobrada. As beta são elétrons, enquanto que os raios gama são radiações eletromagnéticas da mesma natureza que os raios X, mas com uma energia consideravelmente maior. As partículas alfa e beta são unidades discretas de matéria, razão pela qual, na radioatividade, os átomos se transformam (mediante a emissão de uma dessas partículas) em novos elementos, com propriedades químicas novas. Quando um núcleo perde uma partícula alfa, forma-se um novo núcleo, mais leve que o original em quatro unidades de massa. A emissão beta se produz por meio da transformação de um nêutron em um próton, o que acarreta um aumento da carga nuclear (ou número atômico) em uma unidade. Os raios gama costumam estar associados às emissões alfa e beta. Não têm carga, nem massa; portanto, a emissão de raios gama por parte de um núcleo não causa mudanças na estrutura do núcleo, mas simplesmente uma perda de determinada quantidade de energia radiante.
Chama-se período de meia-vida o tempo que demora um elemento radioativo para reduzir-se à metade. É uma característica de cada elemento. Uma aplicação interessante do conhecimento desses períodos é a determinação da idade da Terra.
O estudo das reações nucleares e a busca de novos isótopos radiativos artificiais levou ao descobrimento da fissão nuclear e ao posterior desenvolvimento da bomba atômica. Entre os isótopos radioativos produzidos artificialmente, tem grande importância o carbono 14, com uma meia-vida de 5.730 ± 40 anos. As medidas do conteúdo de carbono 14 permitem calcular a idade de objetos de interesse histórico ou arqueológico, como ossos ou múmias. Outras aplicações dos isótopos radioativos estão na terapia médica , na radiografia industrial e em certos dispositivos específicos, como fontes de luz fosforescente, eliminadores de eletricidade estática, calibragens de espessura e pilhas nucleares.
Armas nucleares
Armas cujo efeito destruidor é baseado na radioatividade, propriedade de certos elementos químicos de emitir partículas ou radiação eletromagnética como resultado da instabilidade de seus núcleos. O que torna essas armas especiais é a enorme concentração de energia em pequenos volumes, que pode ser liberada com efeitos devastadores. Para medir a capacidade de uma arma nuclear são usados os termos "quiloton" e "megaton". Um quiloton equivale à explosão de 1.000 t de TNT (nitroglicerina); 1 megaton equivale a 1.000.000 t.As armas nucleares são de dois tipos básicos: a bomba atômica ou a bomba de hidrogênio (bomba H). A bomba atômica baseia-se na fissão de núcleos atômicos, processo que consiste em "quebrar" núcleos de átomos pesados e instáveis, como o urânio-235, lançando contra eles partículas atômicas chamadas de nêutrons. Já a bomba H se fundamenta na fusão de núcleos de átomos leves, como o hidrogênio. Para obter a fusão, ou seja, a união dos núcleos dos átomos, é necessária uma quantidade muito grande de energia, que é obtida pela explosão de uma bomba atômica. O resultado é uma bomba mais poderosa.
Variação da bomba de hidrogênio, a bomba de nêutrons, também baseada na fusão de átomos, privilegia a emissão de radiação por meio de nêutrons rápidos e letais.
As bombas nucleares ou ogivas nucleares
São arremessadas do ar por aviões tripulados, na forma de bombas de queda livre, mísseis de curto alcance ou mísseis de cruzeiro. Em caso de lançamentos a partir da terra usam-se mísseis balísticos ICBM, IRBM e MRBM e a partir de submarinos, mísseis balísticos SLBM.
Projeto Manhattan
A primeira bomba atômica é testada em 16 de julho de 1945 com uma explosão no deserto de Sonora, no estado do Novo México, EUA. Para construir a nova arma antes dos alemães, durante a II Guerra Mundial, o governo norte-americano monta um programa altamente secreto, o Projeto Manhattan. Muitos dos principais físicos dos países aliados envolvidos no projeto passaram a morar e a trabalhar, isolados do resto do mundo, em Los Alamos, Novo México, chefiados pelo físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer (1904-1967).
Hiroshima e Nagasaki
As duas únicas armas nucleares usadas em guerra até hoje foram lançadas contra o Japão pela Força Aérea Norte-Americana. Em 6 de agosto de 1945, durante a II Guerra Mundial, uma bomba explodiu em Hiroshima: numa área de 12 km² houve 150 mil vítimas, entre as quais 80 mil mortos. Em 9 de agosto, em Nagasaki, explodiu a segunda bomba. Elas fizeram dezenas de milhares de mortos imediatamente e ao longo dos anos seguintes. Em poucos segundos, 36.000 quilotons destruíram duas cidades japonesas.
Arsenais atuais
Até o início de 1998, existem no mundo cinco potências nucleares declaradas - EUA, Federação Russa, Reino Unido, França e China. Os maiores arsenais - tanto de ogivas, como de mísseis e de submarinos nucleares armados com mísseis balísticos - pertencem aos EUA e à Federação Russa, uma herança do longo período de Guerra Fria. Esses países também lideram em número de testes nucleares já realizados.
Desarmamento
O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT) é criado em 1968, com o objetivo de deter a propagação de armas nucleares pelo mundo. Em vigor desde 1970, o NPT proíbe as cinco potências declaradas de transferir armas nucleares a países não detentores desses artefatos. Essas nações, por sua vez, se comprometem a não adquirir armas nucleares nem fabricá-las. Atualmente o tratado conta com a adesão de mais de 180 países, incluindo o Brasil, que ratifica o tratado em julho de 1998. Alguns países-membros do NPT são suspeitos de prosseguir desenvolvendo armas nucleares: Irã, Iraque, Líbia e Coréia do Norte.
Entre os países que não aderiram ao NPT se destacam Israel e os rivais Índia e Paquistão. O governo indiano justifica sua posição afirmando que o NPT é "discriminatório", uma vez que legitima os arsenais nucleares já existentes – sem exigir seu desarmamento – ao mesmo tempo que nega aos demais países o direito de possuir armas nucleares. Índia e Paquistão realizam uma série de testes nucleares subterrâneos em maio de 1998, reprovados com veemência pela comunidade internacional. Com as explosões – cinco da Índia e seis do Paquistão –, as duas nações passam a integrar o grupo das potências nucleares declaradas do mundo.
A corrida armamentista entre as duas superpotências de Guerra Fria termina de fato com a assinatura dos Tratados de Redução de Armas Estratégicas (Start), na década de 90. Eles prevêem a extinção gradual dos arsenais dos EUA e de países integrantes da ex-URSS que detinham essas armas em seu território (Federação Russa, Ucrânia, Belarus e Cazaquistão). Outro tratado relacionado às armas nucleares, o Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), é criado em 1996. Para entrar em vigor, precisa da ratificação de todos os 44 países com capacidade conhecida de produzir armas nucleares. Até o final de 1997, os únicos entre esses países que não haviam assinado o CTBT eram Índia, Paquistão e Coréia do Norte.
Reinventando a Guerra
Durante mais de 40 anos, os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos testaram armas biológicas em cidadãos desavisados.
As armas químicas e biológicas são os mais terríveis instrumentos de destruição em massa. Com baixo custo e de fácil produção, são capazes de dizimar o inimigo, envenenar colheitas, e deixar gerações doentes e deformadas entre os que conseguem sobreviver. Tudo isto, a um custo infinitamente menor que o armamento nuclear e sem a necessidade de grandes desdobramentos de tropas.
No final de 1947, os serviços de inteligência dos EUA estavam prestes a conseguir estas armas apocalípticas. Através de acordos secretos com Shirô Ishii, chefe da Unidade 731 - a equipe responsável pela guerra biológica japonesa -, tomaram conhecimento em primeira mão dos efeitos que numerosos agentes causaram nos seres humanos.
As horríveis histórias que os sobreviventes contaram foram encobertas para evitar "incômodos" a Ishii e seus colaboradores, e os governos ocidentais concederam imunidade a todos os membros da Unidade 731 para poderem ter acesso às suas descobertas. Como expõe friamente um relatório do Pentágono de dezembro de 1947: "Tais informações não poderiam ser obtidas em nossos laboratórios em razão dos problemas morais inerentes às experiências com humanos. Estes dados foram obtidos com um investimento de 250.000 dólares, muito barato...".
As árvores devastadas são tudo que resta em uma área do Vietnã atingida pelo Agente Laranja, um desfolhante. As técnicas de guerra biológica usadas na Guerra do Vietnã eram o resultado de 20 anos de testes realizados sobre cidadãos dos EUA. Os militares desenvolveram as armas biológicas mas secretamente que os primeiros testes de armas nucleares.
CULPA SECRETA
Por este pequeno preço os governos britânicos e norte-americano, obtiveram exaustivos detalhes dos efeitos da guerra biológica nos seres humanos. Receberam também, relatórios de autópsia ao vivo, dissecações em fetos e bebês, além de um meticuloso estudo sobre sintomas da peste, do tifo, doenças veneras, varíola, gangrena, salmonelíase, escarlatina, tétano, coqueluche e inúmeras doenças atrozes. O fato do Ocidente ter permitido que Ishii ficasse impune, constitui um dos segredos mais obscuros da segunda guerra mundial, e permaneceu arquivado como informação secreta durante mais de 30 anos.
Sabendo que as doenças podiam ser os agentes biológicos ideais, os governos ocidentais começaram um programa nas bases de ataques "suave" em algumas de suas cidades mais importantes, para determinar os métodos mais eficazes de comunicação em massa.
Quando a guerra fria se iniciou, o pentágono começou a temer que um submarino soviético pudesse entrar em suas águas, liberando uma nuvem de bactérias e desaparecendo antes que a população percebesse que tinha sido contaminada. Dessa forma, em setembro de 1950, dois patrulheiros da marinha, na baía de San Francisco, lançaram uma nuvem de Serratia marcescens, uma bactéria relativamente benigna desenvolvido nos laboratórios de Port Down no Reino Unido.
COBAIAS HUMANAS
Depois de seis destes ataques "suaves" percebeu-se que 300 km² de área de São Francisco tinham sido infectadas e quase toda a população havia inspirado a bactéria. Essa experiência provava que uma importante cidade era totalmente incapaz de defender-se de uma contaminação em massa, provocada por uma bactéria difundida através do ar.
No final dos anos 50, o exército dos EUA tinha realizado experiências em Savannah (Georgia) a Avon Park (Florida). Grandes quantidades de mosquitos foram lançadas por aviões em zonas residenciais, uma técnica da Unidade 731. Muitos residentes ficaram doentes, outros morreram. Em seguida, militares, disfarçados de funcionários da saúde publica, realizaram testes médicos nos infectados. Ainda que os detalhes dessa experiência continuem sendo secretos, acredita-se que os mosquitos eram portadores da febre amarela, um vírus que provocava febres altas e vômitos e causa a morte de um em cada três infectados.
Outros testes realizados para comprovar a vulnerabilidade das cidades aos ataques biológicos foram realizados no Reino Unido, Canadá e EUA culminando com um ataque à cidade de Nova Iorque em 1966. Agentes da Chemical Corps Special Operation Division, borrifaram através das grades de ventilação das estações de metro, a bactéria Bacillus nas horas de maior movimento. As turbulências criadas pela passagem dos vagões, demostrou que esse era um meio para propagar bactéria por toda a cidade.
DESTRUIÇÃO MÚTUA
O "ataque" infectou quase um milhão de pessoas e mais uma vez, foi comprovado que não há forma de defender-se de um ataque inimigo. Tomando conhecimento disto, os EUA deram um passo adiante e dedicaram-se à pesquisa de aplicações militares: a possibilidade de sobreviver a um ataque inimigo ou pelo menos a mútua destruição através de infecções em massa teriam que estar garantidas.
Os conhecimentos adquiridos não foram utilizados para fins militares ate a Guerra da Coréia. Em uma noite, os habitantes do povoado de Min-Chung ouviram um avião sobrevoar seus telhados. Quando acordaram descobriram um grande número de ratos do mato, a maioria deles mortos e muitos com a pata fraturada. Aterrorizados os homens da aldeia mataram e queimaram os roedores, exceto quatro deles. Teste confirmaram que estavam infectados pela peste bulbônica.
Uma comissão internacional investigou este e outros incidentes semelhantes, publicando suas conclusões no relatório da Comissão Científica Internacional sobre as ações relativas à guerra bacteriológica na Coréia e na China. Em relação ao incidente de Mim-Chung, o relatório informa: "não há dúvida de que um grande número de ratos do mato infectados com a peste bulbônica foram lançados no distrito de Kan-Nan, durante a madrugada de 5 de abril de 1952, desde o avião que os habitantes ouviram. O avião foi identificado como sendo um F-82, um caça noturno de dupla fuselagem norte-americano". O governo dos EUA negou as acusações.
MORTE NA SELVA
A guerra biológica apareceu novamente na guerra do Vietnã. O exército dos EUA utilizou desfolhantes para assolar as selvas nas quais os vietcongs se refugiaram. Destruiu plantações para desmoralizar os inimigos e seus simpatizantes. Pesquisaram-se aproximadamente 26.000 variações de herbicidas e desfolhantes para serem utilizados do sudeste asiático. Destas substâncias foram escolhidas seis para devastar a selva. Foram chamadas de Agente Púrpura, Verde, Azul, Branco, Laranja, Rosa, dependendo da cor de seus componentes. De todas elas, o Agente Laranja era o mais poderoso e foi utilizado para devastar a área cuja vegetação era mais densa. O produto era composto do desfolhante 245-T, desenvolvido na Inglaterra e uma pequena quantidade de dioxina; a combinação acelerava o crescimento de árvores e arbustos de forma que o próprio peso as destruía. Também produzia efeitos terríveis sobre os humanos.
Durante a guerra do Vietnã, os EUA disseram que a utilização do Agente Laranja para devastar a selva não era ilegal, pois não estava proibida na Convenção de Genebra de 1925. As pessoas que se opunham à guerra, argumentavam que a destruição da vegetação objetivava invenenar as colheias e provocar a fome.
A operação "Ranch Land" constituiu em espalhar Agente Laranja em uma área de 50.000 km². No final da guerra havia sido lançado no Vietnã mais de 110 kg da dioxina que fazia parte da composição do Agente Laranja (85g da letal toxina depositado no abastecimento de água de Washington seriam suficientes para matar seus habitantes). Nos recém-nascidos apareceram terríveis deformações, triplicaram os casos de bebês com lábio leporino e espinha bífita e o número de bebês nascidos mortos duplicou.
Os sobreviventes dos gases, como Vu Thi Lam, ainda sofrem seus efeitos, da mesma forma que seus filhos, muitos deles nascidos com má formações.
Em resposta às denúncias feitas pelos médicos de Saigon, o pentágono insistiu que a utilização de produtos químicos para destruir a vegetação da selva não violava nenhum tratado internacional. Apesar dessa atitude, era obvio que os efeitos de desfolhação foram mais longe que a mera devastação da selva, e os norte-americanos que se opunham a guerra do Vietnã, pressionaram a proibição do Agente Laranja. Em 1977, o governo cedeu e foi publicada a Convenção de Armas Biológicas, na qual ficava proibida a guerra biológica considerando que era "incompatível com a consciência da humanidade". As experiências, no entanto, continuaram secretamente.
"Nunca esquecerei seu aspecto... não podia jogar-se no chão, não podia ver. Seus olhos, assim como os meus moviam-se sem rumo".
Don Bowen, militar norte-americano
UMA NOVA GUERRAEncaradas como "a bomba atômica do pobre" as armas biológicas são uma opção atrativa e barata. Durante a Guerra do Golfo as forças aliadas foram muito cautelosas com os possíveis ataques já que a combinação da alta temperatura com a pele suada tornava os soldados muitos vulneráveis aos agentes biológicos. Antes da invasão do Kuwait, sabia-se que o Iraque tinha armazenado inúmeras armas biológicas. O arsenal incluía 28 mísseis SCUD carregados com gás Sarin, 800 bombas de gás nervoso, 60 toneladas de gás nervoso Tabun e 250 toneladas de gás mostarda, e não foi destruído pelo bombardeio em massa do aliado. Depois dos ataques com armas biológicas no setor curdo do Iraque, no final dos anos 80, suspeita-se que Saddan Hussein pode ter feito experiências com estas armas contra forças aliadas.
Durante os anos 80, fabricantes europeus e americanos forneceram a Saddan Hussein material para a guerra biológica. Em março de 1988, este atacou os curdos em Halabja, com gases. Morreram 5.000 pessoas. Muitos veteranos da Guerra do Golfo também apresentavam sintomas significativos, ainda que o Ocidente negue que as tropas aliadas tenham sido atacadas com armas biológicas.
"Meu filho sofreu uma morte dolorosa e absurda. Quando saberei da verdade? Meu tesouro foi embora para sempre".
A mãe de M. Adcock, veterano da Guerra do Golfo
TERROR NO METRÔSe o uso de armas biológicas em um contexto militar é alarmante, pensar que grupos terrorista podem ter acesso a elas e usá-las em populosos centros urbanos, inspirava pavor. Um recente incidente dessa natureza alarmou o mundo inteiro. Em de 1995 o atentado com gás Sarin no metro de Tóquio, cometidos por membros da seita Aum Shinriyko, provocou 12 mortes. Se a mistura química e o sistema de difusão tivessem sido um pouco diferentes, o numero de mortes teria sido muito maior.
Vítimas do ataque com gás Sarin, no metrô de Tóquio, agonizam em uma das estações. Apesar da seita Aum Shinriyko - que adquiriu armas sofisticadas do serviço secreto russo em 1991 - ter sido considerada responsável pelo atentado, certo investigadores agora duvidam de sua participação no acontecimento. Um grupo mais poderoso, composto por japoneses e estrangeiros, pôde ter sido autor do ataque, tanto para difamar e desmembrar a seita Aum, como para desviar a atenção, com a finalidade de ocultar seus próprios fins.
Agora se sabe que a seita Aum Shinriyko pregava a destruição do Ocidente, e as armas biológicas teriam sido facilitadas pela Rússia desejando conseguir ajuda financeira do Japão. Acredita-se que a seita, auxiliada pelos serviços secretos russos, pôde ter tido acesso às indústrias químicas russas.
Por causa da expansão do crime organizado na Rússia, as potências ocidentais temem que as armas biológicas possam ser adquiridas no mercado negro. É muito fácil transportar e esconder os mesmos elementos necessários para realizar o atentado de Tóquio. Dois produtos químicos inofensivos podem ser misturados para tornarem-se agentes mortais, o que significa que em teoria, estão ao alcance de qualquer organização decidida a obtê-los.
UM NOVO TIPO DE GUERRA
Parece absurdo pensar que a Inglaterra e os EUA, quando decidiram manter em segredo as atividades da Unidade 731, podiam prever estas ameaças da guerra biológica moderna. Contudo, fazer experiências com armas potencialmente tão destrutivas, poucos anos depois das devastadoras explosões de Hiroshima e Nagasaki, é um fato que desafia a lógica. Enquanto construía os fundamentos da Terceira Guerra Mundial, o ocidente lançava sobre o mundo uma nova e terrível forma de morte.
A SÍNDROME DA GUERRA DO GOLFO
Aproximadamente 70.000 veteranos sofreram da Síndrome da Guerra do Golfo, aparentemente causada pela exposição a agentes bacteriológicos de baixo nível. Contudo, o Ocidente nega-se a admitir o fato por não poder estabelecer sintomas específicos. Isso pode ser devido ao fato de ter sido utilizada uma grande variedade de agentes que agem de formas distintas, contra as tropas ocidentas. Também existe a suspeita de que a administração de pílulas preventivas e vacinas pôde ter potencializado os agentes utilizados pelo inimigo. Outros opinam que a negação da Síndrome da Guerra do Golfo é conseqüência da incapacidade dos militares para proteger as suas tropas da guerra biológica.
EXPERIÊNCIAS BRITÂNICAS
Nos anos sessenta, cientistas do projeto químico Porton Down uniram suas forças com médicos para realizaram testes secretos. Entre 1960 e 1966, 33 pacientes do hospital St. Thomas - todos com câncer terminal - foram infectados com o vírus Langat e o vírus Kyansur Forest Disease. Os 33 pacientes faleceram, sendo que dois deles contraíram encefalite e morreram em conseqüência da inflamação do cérebro.
As autoridades se asseguraram de que esta e outras experiências permaneceriam rigorosamente secretas.
AIDS: UMA ARMA PERFEITA?
Em julho de 1969, o exército dos EUA recebeu 10 milhões de dólares para desenvolver um agente biológico cujo objetivo era afetar o sistema imunológico. Em 1990, tornou-se público um memorando escrito por Henry Kissinger, destacando a preocupação dos EUA em relação a população do Terceiro Mundo. Ele afirmava: "A redução da população nestas nações é um questão vital para a nossa segurança nacional". Algumas observações consideram que o vírus da AIDS pode ter sido desenvolvido fazendo parte deste projeto.
EXPERIÊNCIAS BIOLÓGICAS SECRETAS
Nunca se conhecerá a lista completa dos testes realizados para a guerra biológica, porém os seguintes incidentes são algumas amostras das experiências realizadas:
1952Fonte: www.manhuagito.com.br
Em seis cidades norte-americanas foram vaporizados gases "inofensivos".
1955
Tampa Bay, Flórida, é infectada com coqueluche pela CIA.
1956
Enxames de mosquitos, infectados com febre amarela, são lançados sobre a Geórgia e a Flórida.
1965-
Filadélfia: a dioxina, componente essencial do desfolheante Agente Laranja, é minitrado em vários presidiários.
1968
Washington: a CIA introduz um produto químico no abastecimento de água de um edifício, para calcular o perigo da água envenenada.
1980
Refugiados do Haiti são injetados com hormônios nas prisões de Miami e Porto Rico, e desenvolvem seios femininos.
1985-
A Nicarágua sofre uma epidemia de dengue pela primeira vez em sua história, depois de uma aumento dos reconhecimentos aéreos norte-americanos.
1987
O Departamento de Defesa admite que as pesquisas sobre a guerra biológica continuam em 127 pontos dos EUA.
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