segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

AVATAR, cadeira de rodas e tabaco


No final de semana assisti ao filme AVATAR. O épico fantástico de James Cameron é de impressionar. Visto em 3-D melhor ainda.

Há centenas de comentários positivos na internet sobre a saga dos Na’vi diante da ameaça colonialista e da ganância do "povo do céu". Concordo.
O filme é imperdível mas fiquei encafifado com dois, a meu ver, contra-sensos presentes no longa:

    •    Por que as cadeiras de rodas do futuro são idênticas às atuais?

Não faz sentido Jake Sully, o fuzileiro naval paraplégico, não usar uma prótese eletrônica que o fizesse caminhar.

Sua cadeira de rodas é do ano 2000 mas a aventura se passa em 2154!



Paradoxalmente, os grandes robôs de guerra controlados pelos soldados americanos no filme, esbanjam tecnologia capaz de movimentar braços e pernas biônicos!



Eu esperaria encontrar um terno robótico no melhor estilo Miguel Nicolelis vestindo o fuzileiro.

No mínimo, uma versão repaginada do exoesqueleto israelense 
ReWalk, previsto para comercialização em 2010 (por aproximadamente 35 mil reais).



    •    Por que Grace Augustine é uma fumante inveterada?

Entre uma tragada e outra durante a trama, a cientista introduzira em seu organismo mais de 4 mil substâncias tóxicas, incluindo substâncias pré-cancerígenas, como agrotóxicos e até radioativas.


 
Diante da divulgação dos prejuízos à saúde causados pelo fumo, das campanhas de conscientização e das políticas públicas, imaginaria que até 2154 os cigarros já estivessem banidos do universo (inclusive em Pandora!).

Em nota, James Cameron disse que a personagem de Sigourney Weaver fuma como forma de criticar àqueles que desprezam a vida real e prestam mais atenção a seus avatares, na internet ou nos vídeos games. Como diria Ancelmo Gois: É. Pode ser.

Mas assistir AVATAR é experiência sensorial para ser vivida e discutida, independente da fumaça do cigarro e da cadeira de rodas ultrapassadas.
As câmeras e a tecnologia de performance criadas pelo seu diretor tornam impossível distinguir o que é real do que é virtual.
Não é à toa que AVATAR tornou-se em tão pouco tempo um dos mais lucrativos filmes da História do cinema.

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