segunda-feira, 26 de abril de 2010

ADOLESCENTES MAIS RICOS DORMEM MENOS QUE OS MAIS POBRES


Estudo aponta relação entre fatores sócio-econômicos e sono.
Segundo artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, fatores como idade, condição sócio-econômica e hábito de tirar a sesta podem ter influência significativa na duração do sono. O artigo é da autoria de Maria Leite Bernardo, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e colegas da UFPR e da Unifesp, e foi disponibilizado na edição de janeiro de 2009 do periódico.
De acordo com os autores, para colheita de dados, foi realizado estudo entre agosto e novembro de 2005 com adolescentes da cidade de São Paulo (SP). “A amostra foi composta de 863 crianças e adolescentes de área urbana, estudantes de duas escolas, uma no centro da cidade e outra em região periférica. Foram incluídos no estudo estudantes do sexo masculino e feminino das quatro últimas séries do ensino fundamental e das duas primeiras séries do ensino médio (idades entre 10 e 19 anos)”, declaram.
Os pesquisadores afirmam que “as comparações entre as classes socioeconômicas mostraram diferenças significativas na duração do sono nos dias com aula, no horário de dormir nos dias sem aula e no horário de acordar nos dias com aula”. Houve também, ainda segundo eles, “diferenças na duração do sono entre as classes baixa e média e baixa e alta durante os dias com aula e a duração do sono apresentou tendência de diminuição com o aumento do nível socioeconômico”.
O trabalho atesta que os jovens da classe alta dormiam mais tarde em relação aos da classe baixa nos dias sem aula, sem diferenças quanto aos dados da classe média. Os autores também alegam que as classes baixa e média apresentaram comportamentos diferenciados em relação ao horário de acordar nos dias com aula, sendo que “os jovens de classe média acordam mais cedo”, dizem eles.
“Na comparação da duração do sono entre jovens trabalhadores e não trabalhadores foram observadas diferenças significativas considerando as classes baixa e média, e tais diferenças não se mantiveram analisando-se a duração do sono nos fins de semana”, concluem.
Para os pesquisadores, “os principais fatores associados a oito ou menos horas de sono na adolescência foram: idade, nível socioeconômico, turno escolar e hábito da sesta. Os adolescentes com maior nível socioeconômico apresentaram uma tendência de menor duração do sono, dormindo mais tarde e acordando mais cedo que os demais grupos. Os jovens dos níveis socioeconômicos mais baixos apresentaram um atraso nos horários de dormir menos evidente com o avanço da adolescência”. Para ler o artigo na íntegra, acesse http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852009000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
Fonte: Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico).  Saiba mais clicando  aqui.

Insólito Calçado

Eu recebi um email com o sapato designs.So mais inusitado pensei publicá-la here.Maybe você vai encontrar algo que você gosta aqui?

chinês mulheres naqueles dias teve o efeito de vincular seus pés se encaixam nesses 3 polegadas shoes.Good coisa que agora tem sapatos com diferentes tamanhos e largura.

design.What Hoof você par com este?

design Peacock. Parece bonito ...

papel Origami design

Umbrella design.Guess seria manter seus pés secos.

calcanhar Double design

Cadeira design

design Industrial

Outra design.It industrial parece super difícil andar dentro

weapon.Good letal quando em necessidade de defesa de si mesmo.

Fish design

design.Yuck Rat ... nojento! Quem usaria isso?

design.Might Barefoot bem basta ir em linha reta com os pés descalços.

Game Boy / design Pokemon
CD player design

design Grass

Assim que você encontrar alguma coisa que você gosta? 

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nefelins Gigantes e a Sereia do Taiti: farsas imortais na rede


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Na grande rede, todo dia, toda hora, minuto e segundo é momento para criação das mais diversas mentiras. No entanto, duas das mais recentes provam que se a mentira é infinita, a criatividade dos fraudadores, nem tanto.
Citando trechos bíblicos, circula pela rede uma mensagem sobre “Os Nefelins (achado arqueológico)”:
"E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas dos homens, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram." Gênesis 6.4. "Os Emins dantes habitaram nela, um povo grande,  e numeroso, e alto como os gigantes;  também estes foram contados por gigantes, como os Anaquins; e os moabitas lhes chamam Emins." Deuteronômio 2.10-11 "Porque só Ogue, rei de Basã, ficou de resto dos gigantes; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá dos filhos de Amon? De nove côvados [4 metros] o seu comprimento , e de quatro côvados [1,78 metros] a sua largura, pelo côvado de um homem." Deutoronômio 3.11 "Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos vossos olhos como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos." Números 13.33 "Então saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo [ 3,15 metros]." 1 Samuel 17.4
A Bíblia tinha razão. Será?”
Acompanha a mensagem uma série de imagens, como a que ilustra o topo desde texto, e outras:
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A história e as imagens lembram muito o caso do esqueleto gigante que teria sido descoberto na Arábia, uma farsa circulando na rede desde o ano de 2004, e já devidamente esclarecida – tendo sido criada para um concurso de manipulação de imagens, a partir da imagem de uma ossada comum sobreposta à escavação dos restos de um mastodonte. Nada se cria, tudo se copia.
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A nova lenda velha sobre Nefelins também tem origens similares. O sítio Snopes identifica a fonte usada na manipulação de uma das imagens, em verdade parte do esqueleto de um dinossauro fotografado em escavação na Nigéria em 1993, disponível no sítio da Universidade de Chicago. Abaixo, o original à esquerda, e a imagem manipulada à direita.
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Note que as manipulações foram sutis, incluindo a inserção de um crânio gigante e o afinamento de alguns dos ossos – de dinossauro – que pareciam muito robustos para um ser humano. Curiosamente, isto revela um fato: ainda que existissem seres humanos gigantescos, é biológica e fisicamente impossível que seus ossos preservassem a proporção que vemos em esqueletos comuns sem que eles estivessem vulneráveis a fraturas constantes. Seriam incapazes de correr ou mesmo caminhar sem quebrar seus ossos.
O mais impressionante, no entanto, é que estas manipulações digitais não foram feitas pelo indivíduo que em algum ponto enviou a primeira mensagem unindo as imagens com o texto bíblico como se fossem reais. Este fraudador simplesmente copiou o trabalho do artista francês Seb Janiak, responsável por “The Orion Conspiracy”, uma excelente obra de ficção fazendo referência a extraterrestres, gigantes e muito mais que já comentamos aqui em CeticismoAberto há dois anos.
O curta-metragem completo pode ser visto abaixo.
E as imagens dos gigantes Nefilins? São todas, sem exceções, originais de Janiak e disponíveis desde 2008 no sítio oficial para promover o projeto. Que, repetimos, é claramente declarado como ficção.
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Caso encerrado.
Lendas de gigantes circulando com imagens falsas, no entanto, não devem ter fim. Circula também, por exemplo, a imagem de um fêmur gigante exposto em um museu:
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Resulta, no entanto, que o museu “Mt Blanco” em questão é um museu criacionista, que tem como objetivo “desenterrar os fatos de criação de Deus: um fóssil de cada vez”, e está atualmente anunciando a exibição de um “chupacabra”. Não transmite muita credibilidade.
E, o pequeno detalhe, é que mesmo este museu admite que o fêmur gigante que exibe é apenas “um modelo”, baseado meramente no relato de um homem que teria visto um fêmur gigante do Oriente Médio. Este é o tipo de “provas” com que lidamos aqui. E elas devem continuar circulando por aí.
Motivo para revisitar a “sereia do Taiti”, até hoje uma das mais famosas farsas da rede. No primeiro de abril que acaba de passar, o “Pattaya Daily News” divulgou imagens de um “estranho corpo encontrado em uma praia”:
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111“Pattaya, 1 de abril de 2010: Aproximadamente às 6:45 da manhã o coronel da polícia Suthamep Thaugsuban e sia equipe foram chamados quando um estrangeiro caminhando com seu cachorro encontrou um corpo decididamente estranho que parecia ter encalhado na praia de Naklua. Estima-se que tenha estado fora da água por aproximadamente oito horas. O animal é descrito como tendo aproximadamente 2,3 metros, com a parte inferior lembrando um grande mamífero marinho e a superior uma criatura terrestre com braços e dedos palmados. Toda a criatura é coberta por escamas, que começaram a cair. A criatura estranha foi enviada para análise forense no laboratório de Sattahip. O coronel Suthamep Thaugsuban declarou que houve um incidente similar há alguns anos em uma praia na Malásia, e também nas Filipinas. Além disso, outra criatura foi encontrada depois de um tsunami em Chennai. Ele é chamada Kadal Kanni em Tamil, uma criatura imaginária com o corpo superior humano e a cauda de um peixe. Está agora preservada no museu Egmore sob grande segurança”.
É, deve estar claro, apenas uma brincadeira de primeiro de abril, que inclui referência a sua origem: a velha “sereia do Taiti”, que pelo mundo também viajou pela rede sendo atribuída ao tsunami em Chennai e  tantos outros locais.
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Como esclarecemos há cinco anos, esta “sereia” é apenas uma obra de 2003 do artista Juan Cabanacriador de muitas outras múmias de quimeras fictícias. Ainda que o jornal a tenha divulgado como uma brincadeira de primeiro de abril, assim como aconteceu com a obra de ficção da “Conspiração Orion” de Seb Janiak, é uma questão de tempo até que estas imagens sejam repassadas pela rede omitindo a fonte e com histórias alegando ser algo real.
Gigantes e sereias são lendas muito mais antigas que a internet, e a grande rede de comunicação só serve para que estas criações prolonguem sua vida imortal em nossas imaginações.
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CeticismoAberto defende Extraterrestres e outras idéias polêmicas


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“O Universo é muito imenso, mesmo nossa Galáxia já é muito imensa, e existiu há tanto tempo para que mesmo uma possibilidade ínfima leve a dezenas, talvez centenas de civilizações a existir”,admite o editor e responsável por CeticismoAbertoKentaro Mori. Em outro artigo surpreendentepublicado com destaque no conhecido veículo cético, o doutor Robert A. Freitas Jr, renomado pesquisador na área de nanotecnologia e reconhecido em outros campos, é taxativo:
“Para poder dizer ao certo que não há nenhuma presença extraterrestre no sistema solar, você terá que varrer com cuidado a maior parte deste espaço em busca de artefatos. A superfície da maioria dos corpos no sistema solar foi mapeada somente, se o foi, a uma definição de 10 quilômetros ou acima. Os astrônomos têm mesmo dificuldade em ver asteróides de um quilômetro voando por aí a menos que passem consideravelmente perto da Terra. Assim, quem pode dizer se não há artefatos extraterrestres de 1-100 metros vagando em algum lugar próximo, discretamente executando sua missão?”, argumenta o cientista. “Você vê? Tudo que sabemos ao certo é quão ignorantes nós somos”.
Além de destacar a idéia de que tenhamos companhia no Universo e mesmo que evidências de nossos vizinhos cósmicos possam estar mais próximas do que imaginamos, em mais uma série de afirmações surpreendentes CeticismoAberto publicou ainda outro ensaio redigido por seu próprio editor endossando a idéia de conspirações e destacando como “a História real se relaciona com as teorias ufológicas de conspiração, tirando-lhes os detalhes mais mirabolantes, e ao mesmo tempo que a ufologia, sem constrangimento, se relaciona com a História, que tem sim suas conspirações e encobrimentos governamentais”. Na mesma linha, também divulgou a mirabolante lenda de que a CIA teria operado bordéis com LSD, um rumor inacreditável endossado como verdadeiro.
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Chocando seus leitores, o website também teria publicado artigos sobre a suposta descoberta deum computador de mais de dois milênios de idade, afirmando ser este um achado autêntico – e não um embuste! – e se nada disso o surpreendeu, teria chegado ao cúmulo do absurdo ao promover uma análise com ares de seriedade da idéia de que a Terra seria oca!
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Esta série de declarações impressionantes se soma a outros artigos divulgados pelo suposto veículo promovendo “ceticismo”, como o do matemático Volker Runde, que inicia – pasmem – por uma citação bíblica e termina pela conclusão discutível de que:
“Ao invés de elevar a alimentação dos cinco mil de um assunto de fé a uma conseqüência de um irrefutável teorema matemático, o paradoxo de Banach-Tarski exige que você aceite outro assunto de fé – o axioma da escolha – antes que possa aceitar o teorema. No final das contas, o paradoxo de Banach-Tarski não está assim tão distante da alimentação dos cinco mil [na Bíblia]…”
Se todas estas idéias e afirmações polêmicas parecem minar o movimento cético, talvez seja porqueCeticismoAberto ainda teria publicado um artigo atacando duramente um grupo “cético” argentino, e ultrapassado os limites ao traduzir ao português o ensaio de Marcelo Truzzi criticando o “pseudo-ceticismo”, aderindo à retórica daqueles que criticam os esforços céticos.
Ou não. Ou sim.
Neste primeiro de abril, nada do que pode ser lido acima é mentira, ou pelo menos, as afirmações e idéias curiosas e surpreendentes, que à primeira vista podem soar mesmo contrárias a uma análise crítica, foram todas realmente publicadas em CeticismoAberto ao longo de seus mais de oito anos de existência – clique nos links para conferi-los. Os adjetivos e o tom de que pretenderíamos destruir o movimento cético e talvez sair vendendo capacetes de alumínio são parte da brincadeira, claro.
Além de expor e denunciar fraudes, embustes e enganações, o que é sem dúvida a principal ênfase de CeticismoAberto – a tag “fraudes” tem 166 textos – estas idéias diferentes, abertas a novas possibilidades e pontos de vista, fazem parte essencial do que buscamos com este trabalho. O casamento entre o ceticismo e a admiração já era o equilíbrio defendido por Carl Sagan, que também lembrava como o movimento cético deveria evitar o posicionamento “nós x eles”, como se céticos estivessem em algum patamar superior.
É com isto em mente que também estamos abertos não apenas a novas idéias, como também a críticas – através de inúmeras formas de contato, áreas de comentários e fóruns livres – que são mesmo destacadas em artigos como a crítica ao “pseudo-ceticismo” redigida por Truzzi.
Afinal, desde o início lembramos como o nome “CeticismoAberto” pretende deixar claro que o ceticismo defende a dúvida inquiridora, não a certeza dogmática, estando aberto a novas idéias e possibilidades, mas exigindo sempre provas rigorosas para a aceitação de qualquer alegação. Todo ceticismo é, ou deveria ser aberto, e todos os dias do ano nos esforçamos para cumprir com este objetivo.
Nem sempre conseguimos, mas a verdade é que tentamos!

A Criatura de Metepec: Autor confessa fraude


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Um “assistente de veterinário” apresentado como parte do imbróglio do “Ser de Metepec”Ángel Palacios Núñez, é de acordo com Alejandro Franz em verdade um nome falso para Urso Moreno Ruíz. E Urso Ruíz seria um taxidermista, acostumado a lidar com carcaças de animais.
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Mais importante, Urso Ruíz teria admitido em um fórum na rede que fraudou a criatura, que seria de fato apenas um pequeno primata, um Saimiri:
É o cadáver sem pele de um macaco Saimiri, nada mais. Eu removi as orelhas e o remexi com todos os pêlos e fluidos de todos os animais que tinha por perto. Logo o curti, e cada amostra que retirarem resultará [como vinda] de um animal diferente”.
Isso não deve ser novidade. Já no ano passado havíamos alertado ser apenas um macaco:

O fraudador continua:
“O sr. Mario logo o vendeu a Jaime Maussán por 300.000 pesos [~R$40.000], como vêem, e depois de 4 anos ainda não percebem que é uma fraude”.
E tenta ainda se defender:
“Que conste que eu não disse que era de verdade. Isso foi Jaime Maussán que inventou, que conste que ele acreditou [na história] e foi fazer todo um show. Foi uma brincadeira que saiu de controle, mas depois de 4 anos me alegra ver que uma de minhas criações deu a volta ao mundo e passou por vários cientistas e provas e não descobriram o que é. Então que grande ciência, eu a enganei! hehehe”
Nauseante, não?
Alejandro Franz alerta que, ao contrário do que Ruíz alega, ele sim declarou às câmeras que a criatura seria um “animal estranho”, participando do que não seria uma brincadeira, e sim uma fraude deliberada. Franz ainda acusa Maussán, Mario Moreno e Marco Salazar de deliberadamente arquitetar a fraude desde o início. É de fato curioso que insistissem em testes de DNA de pronto, algo que não é de forma alguma seu modus operandi com relação a “criaturas misteriosas” que encontram (são raros os casos onde testes genéticos chegam a ser conduzidos, uma vez que costumam encerrar mistérios rapidamente).
É como se soubessem que os resultados seriam confusos.
Desde o início muitos já haviam notado que a criatura era apenas um pequeno macaco sem pele. E todos conhecem, ou deveriam conhecer, Maussán como parte do Hall da Vergonha da Ufologia.
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De forma que havia toda razão para duvidar de toda a história. Razão, no entanto, é algo que parece ter faltado também à equipe do programa MonsterQuest do canal History Channel, quepromoveu o caso com “especialistas” que asseguraram ser o macaco sem pele algo misterioso.
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Ou talvez a razão seja algo relativo. Dezenas de milhares de dólares, audiência e tanto mais podem tornar as coisas relativas. Quanto não lucraram todos envolvidos, deliberadamente ou não, dos autores da fraude e seus promotores, de Maussán a MonsterQuest, nesta farsa primária baseada em um uma macaquice?
Tudo isto deve causar nojo. E o pobre e pequeno macaco seco e sem pele é o de menos. [viaAlcione]

“Invasores” – Histórias reais de extraterrestres na Argentina


“Psychoceramics”, ou psicocerâmica, é o estudo de vasos quebrados, uma fascinante área fundada pelo professor Josiah Stinkney Carberry. Um professor, é preciso dizer, que nunca existiu, para uma ciência, apsicocerâmica, que é uma piada acadêmica. Explica-se.
Os "vasos quebrados" são em verdade um trocadilho com os "crackpots", termo inglês que significa literalmente cerâmicas danificadas, mas também se refere a pessoas que possuem e promovem crenças pouco convencionais. O sujeito excêntrico, que frequentemente se compara a Colombo e Galileu em sua visão única, pouco convencional, é um vaso quebrado, é umcrackpot, e é assim objeto de estudo da psicocerâmica.
Até que ponto esta piada pode ser engraçada, ou mesmo útil?
Invasores. Historias reales de extraterrestres en la Argentina”, do jornalistaAlejandro Agostinelli (Editorial Sudamericana, 2009) caracteriza e demonstra o melhor que a psicocerâmica pode oferecer.
Longe de tomar uma posição crítica árida, expondo simplesmente as rachaduras nos potes, ou uma talvez pior, a cínica, buscando apenas ridicularizar aos crackpots, Agostinelli mergulha de forma acima de tudo humana, como uma figura ativa, investigando há décadas o tema e expondo a imensa riqueza de detalhes que pode haver em cada figura que alega manter contatos regulares com seres extraterrestres.
“Este livro espera proporcionar um modelo de análise segundo o qual a compreensão destas histórias não termina com descobertas fascinantes como a de Galíndez, [o cientista], segundo a qual a gramática de Ganimedes é idêntica ao castelhano. Para mim, a fantástica obstinação de Zagorski, [o crackpot], por revelar ao mundo sua experiência e deslumbrar com uma obra à qual dedicou considerável tempo e energia tem o mesmo valor histórico que a do cientista que se ocupou de refutá-la”.
O trecho resume a abordagem de "Invasores", e se deve agradar ao crente, não deve assustar ao cético: Agostinelli não é um relativista pós-moderno defendendo que explicações "científicas" sejam apenas um outro sistema de crenças – e que bastaria não acreditar na gravidade para sair levitando pelo Universo. Pelo contrário, há sempre menção às respostas prosaicas que possam estar por trás de fenômenos como supostos ataques de Chupacabras pela Argentina.
Ocorre no entanto que “a história não termina com estas descobertas fascinantes”. Há sempre mais. O que dizer de um cineasta que inventa uma história completamente fictícia e, ao ser confrontado com uma versão quase idêntica promovida como supostamente real, jamais verificada… cogita seriamente se sua história fictícia não poderia ser mesmo real?
aca-en-arecibo-1 [ O autor, Alejandro Agostinelli, em busca de extraterrestres ]
“Eles riram de Colombo, eles riram de Galileu. Mas eles também riram do Bozo”, brincava Carl Sagan, mas o próprio astrônomo cético demonstrava uma notável compaixão em sua abordagem decrackpots. Porque, afinal, tanto Colombo quanto Galileu eram sim figuras excêntricas aos olhos de seus contemporâneos, vasos quebrados. E um exemplo ainda mais notável de excentricidade é justamente uma das maiores figuras da ciência: Isaac Newton.
O inglês que inventou o cálculo, o telescópio refletor, decompôs a luz e foi a primeira mente a desvendar os mecanismos por trás dos movimentos celestes, de quebra relacionando-os com aqueles bem mundanos, em verdade dedicou mais esforços a seus estudos bíblicos do que àqueles que o imortalizariam na ciência. Era um perfeito crackpot, que defendia sua virgindade com um fervor e orgulho que podem ser motivo de riso hoje. Mas este mesmo Newton, motivo de riso, é Newton, motivo de orgulho para toda a humanidade.
Há uma tênue linha separando o crackpot ridicularizado daqueles que acabam entrando para a história – e que, assim, acabam tendo suas excentricidades relevadas ou mesmo omitidas. E ela nem pode ser uma linha. Pode nem ser uma separação.
É muito pouco provável que quaisquer das figuras abordadas por Agostinelli, por mais curiosas que sejam, entrem realmente para a história, seja por suas idéias ou por seus supostos contatos alienígenas. Mas a psicocerâmica deve servir para descobrir como o espiritismo se mescla com os primeiros contatos com extraterrestres, e como dois irmãos revelando mensagens aliens eram também técnicos, mesmo entusiastas da ciência, dedicados como Newton a atividades mais bem vistas socialmente.
E que, como Marie Curie, podem ter falecido prematuramente por contaminação radioativa decorrentes de seus experimentos. Tais mortes não são realmente tão heróicas quanto a da descobridora da radioatividade – até porque os irmãos, décadas depois, deveriam estar mais do que cientes dos perigos de suas experiências – mas são no mínimo motivo para despertar certa simpatia do mais empedernido cético que ainda seja um admirador da ciência. Vasos quebrados dedicados integralmente a suas idéias e sonhos não-convencionais… com mais deles, as chances de que algum acabe se tornando um novo Galileu ou Newton são muito maiores.
“Invasores” por enquanto está disponível apenas em castelhano, e como o subtítulo deixa claro, são histórias extraterrestres argentinas. Vindas de nosso vizinho, contudo, e sendo a ufologia a área não tão grande que é, há várias referências que abarcam o Brasil, da dupla da revista Cruzeirofamiliar a ufólogos tupiniquins João Martins e Ed Keffel, ao episódio do pouso de disco voador em Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro, até a bizonha história do culto "Lineamento Universal Superior".
Com uma abordagem que deve agradar tanto àqueles que acreditam como àqueles que duvidam que extraterrestres estejam entre nós, seja na Argentina ou em qualquer lugar do Universo, “Invasores” cumpre seu subtítulo e revela as fantásticas histórias reais de extraterrestres na Argentina. É um livro mais do que recomendado, obrigatório na biblioteca de todo interessado por extraterrestres – e psicocerâmica.
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"Invasores. Historias reales de extraterrestres en la Argentinapode ser adquirido diretamente com o autor.
O primeiro capítulo com a história da tradução de Ganimedes ao épico poema gaúcho Martín Fierropode ser conferido aqui: Primero fue el varkulets.
Confira outras resenhas e críticas por todo o mundo em Dijeron de “Invasores”.

Registrada a criação do maior círculo em plantação


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Quase 25 hectares. 530 x 450 metros de tamanho. Criado em uma noite de agosto de 2009 na província de Zeeland, Holanda, é o maior agriglifo moderno, ou “círculo inglês”, já criado. E com um detalhe.
Tudo foi registrado em vídeo, porque esta foi uma criação bem humana. Para ser mais preciso, envolveu 60 humanos e foi capturado em seu processo de concepção e criação pelas câmeras do programa de TV holandês “Try Before You Die”. Clique na imagem abaixo para conferir o vídeo com a simpática apresentadora Geraldine, que se tornou uma das líderes de equipe no processo:
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Obra da equipe XL D-Sign, que vem criando formações fantásticas há mais de dez anos – muitas das quais são promovidas como “misteriosas” até hoje – esta última formação gigante, a maior formação em plantação na história, foi parte do projeto Atlas, que pretendia não apenas quebrar o recorde de tamanho como também “transmitir a mensagem da beleza e vulnerabilidade do homem a emergir”.
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O gigantesco desenho de hectares de tamanho tem uma série de simbologias, da metamorfose aoHomem Vitruviano, passando pelo Homem-Mariposa e mesmo chakras. Simbologia humana, com mensagem humana, criada por humanos e para humanos, superando tudo que já foi criado em círculos ingleses até hoje.
Nada disso – nem nenhum dos artigos que publicamos – pode ser suficiente para convencer aqueles que crêem em um mistério nos círculos ingleses. Mencionarão, por exemplo, supostas anomalias nas plantas de círculos “autênticos” – anomalias evidenciadas por uma equipe e por estudos duvidosos, que reconhecem eles mesmos que as mesmas “anomalias” também surgem em plantas amassadas caoticamente (as formações “não-geométricas”).
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Ou mencionarão uma formação criada em julho de 1996, com 149 círculos e centenas de metros de tamanho, surgida supostamente em menos de 45 minutos. Este é um feito que mesmo os melhores circlemakers podem ter dificuldade em recriar. É a formação apelidada “Conjunto de Julia”, em referência ao conjunto fractal com que se assemelha. Seria esta a prova de algo inexplicado e não-humano?
Cabe verificar como se saberia que a formação foi criada em menos de 45 minutos. E resulta que este dado se baseia no relato de um médico que voou sobre a área com seu avião particular ao redor das 17:30h, e retornou 45 minutos depois. Em sua primeira passagem, disse o médico, ele não notou nada. Apenas no retorno descobriu a formação, e ele foi um dos primeiros a relatar o desenho.
Podemos confiar neste testemunho como evidência de formações gigantes surgindo em alguns minutos?
“Quando o doutor voou sobre a formação, ele simplesmente não a viu na primeira vez”, diz Rod Dickinson. “Acontece sempre. Seu relato estava errado. Ele simplesmente não o viu”. Dickinson é um dos principais circlemakers, e assegura com segurança que  “[a formação] foi criada na noite anterior, por três pessoas, em quase três horas, começando às 2:45 da manhã. Esteve lá o dia inteiro”. Ele diz conhecer os criadores dessa formação, mas duvida que viriam a público. Como não vieram.
Incrédulo, o ufólogo americano Michael Lindemann retruca: “Você quer dizer que o desenho esteve lá, ao lado da rodovia, o dia inteiro e ninguém o viu? Você está brincando?”
“Se você fosse lá, veria como o campo desce e se esconde da estrada. A formação estava em uma espécie de depressão, abaixo do nível da rodovia. De carro, você não a poderia ver. Você precisaria sair, andar em direção dela e olhar para baixo para vê-la”, respondeu Dickinson.
“Mas há muito tráfego aéreo na região. Aviões devem ter voado sobre ela várias vezes naquele dia”…
“Claro, mas muitos deles simplesmente não a viram, e o resto não deve ter se importado em reportá-la, até que aquele doutor o relatou à tarde. Eu sei que isso pode acontecer, porque criei várias formações grandes e então esperei por um dia, até mesmo vários dias, até que fossem descobertos”.
É um fenômeno que já deve ser conhecido, são os Gorilas Invisíveis. Segundo Dickinson, aliás, a mesma equipe que criou o “Conjunto de Julia”, viria a criar logo depois o “Conjunto de Julia Triplo”:
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Aos que pensem que o circlemaker Dickinson está simplesmente mentindo e estas formações seriam sobrenaturais, preste atenção nos círculos menores ao redor das duas formações. Embora os círculos maiores tenham sido criados com linhas-guia, e estejam assim corretamente alinhados, os círculos menores ao seu redor foram amassados “à mão-livre”, e há alguns erros grosseiros em sua disposição.
Mas nada disso deve convencer os que queiram acreditar no mistério. Perguntado sobre se o que faz poderia ser considerado fraude, Dickinson oferece uma resposta magnífica:
“Não, não é de forma alguma fraude. Não somos nós, [circlemakers] que dizemos ‘Veja, essas formações devem ter sido criadas por OVNIs’ ou algo assim. Nós simplesmente as criamos, como pura arte. Então outras pessoas, pesquisadores e ‘experts’, inventam todo tipo de histórias e explicações. É interessante observar tudo isso acontecer, mas não somos nós que fazemos isso. Nenhum dos circlemakers tenta convencer ninguém de que essas formações são criadas por alguma força incomum. E quando nós de fato dizemos às pessoas que estamos criando essas formações, a maioria não acredita em nós de toda forma”.
O maior “círculo inglês” foi criado em uma noite na Holanda e registrado pelas câmeras de um programa de TV. A maioria não acreditará que isso se relacione com os “verdadeiros” círculos ingleses. [via Francesco Grassi’s Blog]
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