Estudo aponta relação entre fatores sócio-econômicos e sono.
Segundo artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, fatores como idade, condição sócio-econômica e hábito de tirar a sesta podem ter influência significativa na duração do sono. O artigo é da autoria de Maria Leite Bernardo, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e colegas da UFPR e da Unifesp, e foi disponibilizado na edição de janeiro de 2009 do periódico.
De acordo com os autores, para colheita de dados, foi realizado estudo entre agosto e novembro de 2005 com adolescentes da cidade de São Paulo (SP). “A amostra foi composta de 863 crianças e adolescentes de área urbana, estudantes de duas escolas, uma no centro da cidade e outra em região periférica. Foram incluídos no estudo estudantes do sexo masculino e feminino das quatro últimas séries do ensino fundamental e das duas primeiras séries do ensino médio (idades entre 10 e 19 anos)”, declaram.
Os pesquisadores afirmam que “as comparações entre as classes socioeconômicas mostraram diferenças significativas na duração do sono nos dias com aula, no horário de dormir nos dias sem aula e no horário de acordar nos dias com aula”. Houve também, ainda segundo eles, “diferenças na duração do sono entre as classes baixa e média e baixa e alta durante os dias com aula e a duração do sono apresentou tendência de diminuição com o aumento do nível socioeconômico”.
O trabalho atesta que os jovens da classe alta dormiam mais tarde em relação aos da classe baixa nos dias sem aula, sem diferenças quanto aos dados da classe média. Os autores também alegam que as classes baixa e média apresentaram comportamentos diferenciados em relação ao horário de acordar nos dias com aula, sendo que “os jovens de classe média acordam mais cedo”, dizem eles.
“Na comparação da duração do sono entre jovens trabalhadores e não trabalhadores foram observadas diferenças significativas considerando as classes baixa e média, e tais diferenças não se mantiveram analisando-se a duração do sono nos fins de semana”, concluem.
Para os pesquisadores, “os principais fatores associados a oito ou menos horas de sono na adolescência foram: idade, nível socioeconômico, turno escolar e hábito da sesta. Os adolescentes com maior nível socioeconômico apresentaram uma tendência de menor duração do sono, dormindo mais tarde e acordando mais cedo que os demais grupos. Os jovens dos níveis socioeconômicos mais baixos apresentaram um atraso nos horários de dormir menos evidente com o avanço da adolescência”. Para ler o artigo na íntegra, acesse http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852009000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
Fonte: Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico). Saiba mais clicando aqui.