
Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak devem ter tido a segunda-feira mais feliz de suas vidas. Anteontem cada um deles recebeu um telefonema informando que ganharam o Prêmio Nobel de Medicina de 2009.
Nas décadas de 1970 e 1980 esses três cientistas americanos descobriram como os cromossomos evitam sua degradação enquanto se dividem. O segredo está nos telômeros, sequências repetitivas de DNA que protegem suas extremidades da mesma forma que ponteiras plásticas protegem as pontas de nossos cadarços.
Nas décadas de 1970 e 1980 esses três cientistas americanos descobriram como os cromossomos evitam sua degradação enquanto se dividem. O segredo está nos telômeros, sequências repetitivas de DNA que protegem suas extremidades da mesma forma que ponteiras plásticas protegem as pontas de nossos cadarços.
A foto, tirada por Priscila Britto Campos em meu laboratório, ilustra cromossomos de uma célula-tronco coloridos em azul e seus telômeros marcados como pontos vermelhos. Os nobelistas foram os primeiros a identificá-los!
Tais estruturas conferem proteção contra fusões, erros de recombinação e danos no DNA.
Em 1961, Hayflick notou que células de mamíferos tinham uma taxa finita de proliferação mas não soube explicar como isso acontecia.
Tais estruturas conferem proteção contra fusões, erros de recombinação e danos no DNA.
Em 1961, Hayflick notou que células de mamíferos tinham uma taxa finita de proliferação mas não soube explicar como isso acontecia.
Graças à Blackburn, Greider e Szostak hoje sabe-se que tal fenômeno ocorre porque a cada ciclo de divisão celular os telômeros sofrem encurtamento em função do antiparalelismo das fitas de DNA.
Com isso, acabam funcionando como um relógio da vida, definindo o momento em que uma célula entra em senescência, ou em outras palavras, quando tem início o envelhecimento de nosso corpo.
Algumas células são capazes de corrigir o encurtamento de seus telômeros. Essa tarefa é realizada por uma enzima chamada telomerase.
Com isso, acabam funcionando como um relógio da vida, definindo o momento em que uma célula entra em senescência, ou em outras palavras, quando tem início o envelhecimento de nosso corpo.
Algumas células são capazes de corrigir o encurtamento de seus telômeros. Essa tarefa é realizada por uma enzima chamada telomerase.
A telomerase é capaz de adicionar sequências de DNA nas extremidades dos cromossomos prevenindo assim a perda progressiva dos telômeros e desacelerando o tic-tac do tal relógio.
A maioria das nossas células não produzem grandes quantidades de telomerase e por isso depois de 50 a 80 duplicações não conseguem mais se dividir.
A exceção fica por conta das células epiteliais, das hepáticas e infelizmente das tumorais, ricas em telomerase, o que pode explicar porque se dividem tantas vezes.
A alta atividade da telomerase pode indicar inclusive o início de um câncer. Há medicamentos sendo testados em seres humanos com o objetivo de inibir essa enzima e conseqüentemente o crescimento de tumores.
A próxima vez que amarrar os sapatos lembre-se que algo com a mesma função da ponteira plástica de seus cadarços define quantas vezes nossas células conseguem se dividir, para o bem e para o mal.
A maioria das nossas células não produzem grandes quantidades de telomerase e por isso depois de 50 a 80 duplicações não conseguem mais se dividir.
A exceção fica por conta das células epiteliais, das hepáticas e infelizmente das tumorais, ricas em telomerase, o que pode explicar porque se dividem tantas vezes.
A alta atividade da telomerase pode indicar inclusive o início de um câncer. Há medicamentos sendo testados em seres humanos com o objetivo de inibir essa enzima e conseqüentemente o crescimento de tumores.
A próxima vez que amarrar os sapatos lembre-se que algo com a mesma função da ponteira plástica de seus cadarços define quantas vezes nossas células conseguem se dividir, para o bem e para o mal.
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